quarta-feira, 11 de abril de 2007

A Superacão do Hardware








Estava lendo hoje na Folha Informática da Folha de São Paulo, uma matéria sobre a evolução do pen drive que já traz o próprio browser para podemos otimizar a exibição de material em outras máquinas. Venho percebendo que o hardware está cada vez mais para software, pois o que até hoje justifica o nome de hardware é apenas o seu aspecto físico que por uma questão tecnológica ainda se faz necessário.
Assim como na escrita que a usamos secularmente, está compreendido seu caráter móvel e fixo - segundo Paul Zumthor - o que escrevemos e falamos para o memorial humano acaba por ter uma conexão muito adversa e distante.
Como forma de registro.
Sem forçar a barra, vejo quase um paralelo nesta questão de hardware e software e a escrita móvel e fixa.
O grande problema da tecnologia foi sempre ter um tamanho de seus hardwares cada vez menor para que perdêssemos tornar o fixo em móvel, isto porque somos seres nômades na sua essência, só nos fixamos porque assim a sociedade nos configurou dentro da cultura da credibilidade - há de se ter residência fixa para ter credibilidade legal -.
Outro Paul também pensou nesta possibilidade, Paul Virilio, que costumava dizer que o automóvel estava cada vez mais se parecendo com nossas casas - porta copo, geladeira, DVD, poltrona que viram cama e etc, porque o que foi feito para andar tem ficado mais parado no transito do que qualquer outra coisa.
O pen drive e outros periféricos estão passando pelo mesmo problema, o fixo se torna cada vez mais móvel e para suprir a necessidade nesta cinética ele tem que "softwarelizar", ou seja, se tornar mais conceito do que regra transformando-se em corpo biológico e menos mecânico.
Bem, temos muito ainda que desfrutar desta interessante época que estamos presenciando, as mudanças nas relações, o deslocamento na aquisição do conhecimento, e deixamos de ser menos, fixo, presencial, localizável e podemos até supor, real.

Wilton Azevedo

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