sexta-feira, 14 de agosto de 2009

De volta

Não Estou Interessado em Saber o Que Você não Quer Que eu Saiba.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

LIMITE





Estou passando dos limites
Com a boca amarga
Amanhecida em salitre
Não tenho como saber
Se existe paixão
Tão plena
Que vale a pena
O sofrimento
Portando saudades
Da dignidade
Cravada na boca
Um pedaço de véu.

SEDENTA LÍNGUA




De gosto farto
Lambuzo os gestos
Do tempo

Farto
Abuso Insexto
Sade e a sede
Escrevendo em excremento

Fresca poesia
Dos muros da fala
Lambuza...Lambuza
E usa
O sexo como arma

O Marques
Marca o que cessa
Dos hiatos falsos
Da saga

Só nos resta a fala
Como humano
Humana língua

LASCIVO LÁBIO


LASCIVO LÁBIO

Lascivo lábio
De língua lânguida
Espuma as víceras
De amor infame
E ergue,
E fala
Da língua morta
Pele em troca
De boca torta
Saliva ácida
Palavras curtas
Em distancia mede
O amor
Assíduo
Do dia a dia

MENTIRA




Não aprendo nada
Sem antes ter que saber
Para falecer os sentidos
Só basta nascer

Que tenho a perder
Nesta poça de imagens
Algumas com tédio
Outras com saudade

Não julgo por tê-la
Ou pouco fazê-lo
Só julgo o medo
Passado em vê-lo

O amor passa reto
E mira o infinito
Não aprendo nada...
Sabendo que minto.

domingo, 8 de julho de 2007

Rio X Sao Paulo

Na cândida violência
Em linhas vermelhas
Balas perdidas
Com rota
No coração

Na cândida violência
Em linhas vermelhas
Balas perdidas
Com rota
No coração

Minha P�tria � Tua L�ngua



Performance de Chris Funkhouser no e-poetry 2007 em Paris.

Neste casco Acaso senho
Chego o saco Apenho prenho
Como cabe Sua sinceridadde
Donde � danado sendo
Vira a noite
Segue o dia
Dorme em p�
Vita mia
Miou o gato botando ovo
Mal educado
Nem cabe a ti
Pra puta
Que o Japao
Escrevi Tudo
Tudo
Tudo
Com as maos
E os teus p�s
Com suas pernas
Manha na cama
Insonia insana
Surto farto
De egoismo
Gosto
Minha
p�tria
E tua l�ngua

quinta-feira, 5 de julho de 2007

u.n.d.e.r.L.a.b

u.n.d.e.r.L.a.b

A Ética do Perecível









A quantidade de textos que encontro diariamente na mídia sobre: manter a forma, alimentação, vitaminas através de pílulas, personal isso, personal aquilo, me faz sentir que a humanidade inventou o pior dos desejos; o da assepsia.


Em O Retrato de Dorian Grey de Oscar Wilde, o autor já apontava um começo de século XX em que prioridade seria a vida eterna. O Frankenstein, uma espécie de homem bricolado pela tecnologia, como vemos hoje através de periféricos e interfases, Drácula que vive uma saga de amor e procura no sangue humano – sua fibra ótica - a eternidade. Poderia ficar aqui citando ad infinitum, mas de nada valeria.


Mas o que chamo a atenção é se vivemos em uma sociedade do livre arbítrio e do bom senso, acabamos por muitas vezes ter que recorrer a ética profissional, governamental, educacional, para obtermos respostas do impulso humano que são regidos pelo medo e o desejo.


Paternalismo a parte sempre me pergunto: Onde foi parar o signo do bom senso?
Marvin Minsky, o criador da Inteligência Artificial, sempre disse que o maior desafio do pesquisador com as máquinas é criarmos o que chamamos de bom senso.


Começo a duvidar desta idéia sobre “bom senso”, porque é justamente aí que reside o livre arbítrio, que por incrível que pareça deixa de existir. Tenta-se substituir o livre arbítrio natural, pela ética institucional, no sentido de preservar a moral, controlar os horários da TV, criar ações positivas – na qual sou a favor - , na tentativa da igualdade de competências, ou seja, não correr riscos, criar o menor numero possível de impureza humana e social.


O problema é que felizmente não somos eternos, somos precários, definhamos, deterioramos, e em algumas vezes perdemos a dignidade, e o que é pior, isso não acontece embaixo da terra.

Dorian Grey viu em seu retrato o que o tornou asséptico, Frankenstein não se contentou com a eternidade, por uma crise de identidade parental, Drácula vampirizou todos o rodeava, com medo da solidão eterna, mas o bom senso destas criaturas foi saber que a eternidade não saciava seus desejos, e quem a quer pensando em ser desejado não haverá ética que a suporte.


terça-feira, 3 de julho de 2007

Face a Face

Não ser Assírio
Como arado o sol apino
Será querido então assim
A parte a face
Quero quejido
Facínora parido
Pare agora então assim
AfaceAface
Queijo-me
De ti
deti, deti...
Saliva valida
Até a ti
A morte a sor
Te
Te te te re te
Te te te re te
Até a vista
Que te embora
Faz-se a tarde
Até agora que a hora
Cala-te na própria
A própria morte
A própria sorte
A própria face

TratadodeEsperança

ConsomeOsolhosqueremver
Ofatodequenuncaestivemoslá
TratasedeesperançaNadatão
sériocomoumleitematernoS
ingelodehorizonteprovável

domingo, 22 de abril de 2007

Cho Seung-hui e o Manifesto da Morte


Quando exibi o Cd ROM Interpoesia em 1998, tive a idéia de colocar nele um texto para que o estranhamento tivesse menos impacto. Resolvi escrever mais no sentido alegórico do que formal, o Manifesto Digital, em que eu comentava que cada um de nós poderíamos contar nossa própria história através de meios interativos com a facilidade que era digital vinha se desenvolvendo, sem a autorização de nenhuma instituição e nem diretor de cena e torná-la pública:
“It is a well-known fact that during the Middle Ages the story teller told stories to those who did not understand the language of the scriptures and that nowadays we need film directors to tell us the same stories because we do not apprehend the scriptures of the cinematographic language. In a near future the programs of authorship probably will be transformed into a possibility to lead us to become narrators of our own stories and mediators of our own existence when in need to tell our own story…” trecho do Manifesto Digital de 1998

Por ironia deste futuro quase provável, assistimos esta semana a loucura do rapaz coreano Cho Seung-hui, que matou cerca de 32 pessoas no Instituto Politécnico da Virginia (Virginia Tech). O curioso, além de trágico, é que entre uma matança e outra, o rapaz enviou uma seria de material pelo correio para NBC - fotos, textos e cd com vídeos - contando o que faria, o porque faria, e se auto intitulando um messias. Nada seria tão maluco, já que estamos acostumados a todas as formas de manifestações patológicas, se o jovem assassino não tivesse intitulado este material de “Manifesto Multimídia”.
O século XX foi fadado pelo fato dos manifestos serem sempre uma espécie de autorização a experimentos artísticos, provocando a hegemonia dos “ismos”.
Agora, o que estão estes manifestos autorizando? A ira, as diferenças étnicas, os ditos Losers – perdedores – que não são aceitos por uma sociedade asséptica como a americana, o que não justifica nenhuma forma de violência.
O fato é que quando escrevi o Manifesto Digital - http://transitoireobs.free.fr/to/article.php3?id_article=31 - apenas percebi que escrever a própria história estaria sempre ligado a um memorial de vida, mas infelizmente o manifesto também passa ser a linguagem dos assassinos como Cho Seung-hui que se utilizou mais uma vez da mídia como registro das mortes que ainda faltavam ocorrer, ou melhor, daqueles que resolvem a diferença pelas armas, e nisso os Estados Unidos não tem muita diferença.
No livro magnífico de Gilberto Mendonca Teles, Vanguarda Européia e Modernismo Brasileiro da editora Vozes, o autor faz um levantamento dos principais manifestos artísticos do século XX. Me coloco então a pensar, depois deste atentado com o nome Manifesto Multimídia, como poderemos ler os manifestos que se propunham a rupturas de linguagem, como dadaísmo, futurísmo e outros "ismos" .
Penso que este Manifesto abre uma nova era para que o terrorísmo comece a ganhar status de propostas só que agora de caráter individial, que não precisam mais agir dentro do modelo grupal, porque isso já fica a cargo da tecnologia não presencial, e entao perguntamos: Qual será o próximo passo? Acredito que será a morte a distância - on line -.

Wilton Azevedo

terça-feira, 17 de abril de 2007

Lancamento

Para o verão europeu que vem aí, novo carro esporte vem com ar condicionado de fábrica.

Nada do Olhar








Muitas vezes
O Olhar não reconhece
Não... reconhece
Nada

Olhamos
Olhamos
E nada

A face inversa
Pede trégua
O corpo
Quer

Mesmo não se reconhecendo
O corpo indeciso
De vontade
Se entrega
Preservando
O que conversamos

Me sento
Disléxico
Pela prioridade insana

Nada
Nada
Nada de Velho
Novo
Jovem
Criança

Em perplexidade
Me convenço
Que a dor que agora sinto
Você deverás não sente.

Por Perto



O afago de uma visita
Inesperada
Surpresa à vista
Como uma ilha
Que habita o meu mal
Olhos melífluos
No silêncio
Permite que o tempo
Passe por perto
E a distância
O que há de incerto

Bala Perdida


Descoberto no Rio de Janeiro próximo ao Morro do Alemão, franco atirador de bala perdida. A perícia tem se deparado com tiros de fuzil de alto calibre, como mostra foto, com sequências exatas em um poste que só um franco atirador especializado em balas perdidas poderia fazê-lo. O autor ainda não foi localizado.

sábado, 14 de abril de 2007

PRIMEIRO AS DAMAS.

Raio X, Y e Z


Há dois meses atrás entrando nos USA – imigração - para uma série apresentações em Chicago no Openport Theater, como de costume fui revistado, escaniado, desmontado para que os policiais tivessem certeza de que eu não representava uma ameaça ao estado americano (sic).
Trabalho com poesia tecnológica, então dá para imaginar que minhas apresentações requerem um montante de equipamentos: dois notebooks, samplers, CDJ, virtualizer, microfones sem fio, I Pod e mais uma quantidade infindáveis de fios. Indagado pelo policial, me perguntou:
O que o Sr faz? Eu respondi: Sou poeta.
Mas e esse material todo?
– perguntou o policial com os cases abertos e os equipamentos todos espalhados na mesa -.
Expliquei a ele que eu fazia uma poesia que se utilizava de tecnologia.
E ele comentou: Como as coisas mudaram ?
Daí eu perguntei a ele: Os terroristas não devem usar este monte de equipamento...
Ele sorriu – Acredito que não.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

a escrava que não era e-saura



a escrava que não era esauras




aua escrava que não era eraraa




escrava que não era esaurasaua




escrava que não era ea escrava




que não era erasausauraa escra




va que não era e

Trapaça




Se não considera
O que faço
Ser poesia

Considera apenas
A arte que a mim
Transpassa
Trapaça sua...

Não se engane
Em não considerar
A minha vida

Um homem de negro
Combinando
Com a futilidade de seu julgamento
E reduzido ao que pensa
Ser verdade

Faço poemas
Apenas
E nada mais que isso

E se mesmo assim
Não acreditas
Paciência
É o que enxergas
Na sua essência